22 Capitulo 117

Depois de oficializada a inauguração, todos vieram me parabenizar. Recebidos os cumprimentos entramos pro pessoal conhecer a "casa".

Sala

 Refeitório

Minha sala

 3 banheiros assim sendo que 1 era azul

 4 quartos assim com 5 beliches cada

 1 quarto assim com alguns berços

Uma biblioteca

 Uma varanda assim

A casa da arvore

Ainda tinha a cozinha e o quarto das Irmãs.

-Nossa tá muito lindo esse lugar Adriana. Disse dona Marizete olhando cada canto.

-Perfeito. Disse Tânia.

-Obrigado gente.

No fim do dia as autoridades já tinham ido embora, aqueles que sabiam que era meu aniversário me trouxeram presentes e Luan os deixaram na minha sala. O restante dos convidados foram embora, ficou só eu, Luan, seus pais, Bruna, Tânia e Paty. As mulheres foram para a cozinha ajudar as irmãs preparar um lanche pras crianças que brincavam com Luan e seu pai  no jardim. Fui até minha sala pra pegar os presentes e levar para o carro, estava com um pouco de dificuldade de pegar aquela quantidade de caixas e sacolas, tentei organizá-las até que bateram na porta.
-Entra! Disse.
-Oi Adriana.
Deixei as caixas no chão novamente e me virei.
-Oi Diego.
-Desculpa não deu pra vir mais cedo.
-Não tem problema. Disse o abraçando.
-Vim trazer seu presente. Ele disse me entregando uma sacola.
-Obrigado. Mais não precisava.
-Claro que precisava, e esse aqui é de uma pessoa muito especial pra mim, creio que pra você também. Ele me entregou uma caixa linda com um laço rosa em cima.

-De quem é? Perguntei pegando a caixa.
-Lê a carta que você vai entender. Eu vou sair e te deixar a vontade. Parabéns pelo aniversário e pelo lugar. Tá tudo lindo. Sempre que der eu apareço por aqui. Ele me deu um beijo no rosto e saiu fechando a porta.
Me sentei no sofá e coloquei a caixa em meu colo, preso no laço havia um envelope, o tirei com cuidado e abri. De cara já reconheci a caligrafia.

Filha! Como era bom poder te chamar assim, pena que não dei valor a isso quando pude.

Você deve estar se perguntando porque escrevi essa carta e só está sendo entregue agora. Pois bem!

Aqui no quarto do hospital sinto que já estou nos meus últimos dias, tive que buscar forças pra te escrever essas linhas.

Decidi escrever essa carta pra te pedir perdão, mais uma vez, sei que quando essa carta lhe for entregue não estarei mais aqui, pois pedi pra que Diego lhe entregasse caso eu partisse pra sempre. Queria pedir pra você que tem esse coração enorme cuidar do meu menino, eu tentei mais falhei outra vez. Não deixe que ele se entregue a essa doença, ajude ele no que puder. sei que ele te fez muito mal mais por favor não deixe meu menino ter o mesmo fim que eu. Não agora tão jovem.

Sei que ainda dói em você, me perdoa por não ter sido a "mãe" que você sonhou, por não ter te elogiado numa nota boa no boletim, por não ter te aconselhado nos seus namoros, por não ter te dado colo numa decepção amorosa, por não estar ao seu lado quando precisou.

Me perdoa por ter agido com frieza.

Pedi pra que Diego lhe entregasse essa carta num dia especial pra você junto com esse presente que também é muito importante.

Sempre te fiz muitos vestidos sonhando com o dia em que estaria tirando suas medidas pro seu vestido de noiva, pois bem! Já sabia que minha doença estava avançada e que talvez não tivesse tempo pra isso, decidi então com as medidas que tenho gravada em minha cabeça te fazer esse vestido, espero que ainda esteja com o mesmo corpo, se não estiver sinta-se a vontade pra fazer as mudanças necessárias, mais por favor, queria muito que você entrasse na igreja com esse vestido. 

Sei que esse deve ser um dia especial pra você, não sei qual mais deve ser.

Como eu sinto falta de te ouvir me chamar de mãe. tarde de mais talvez! Mais não pra quem de fato merece ouvir isso. Perdoa a Tânia, ela nunca quis seu mal, nunca quis se afastar de você, aceitou ser empregada da nossa casa pra não ficar longe da filha, talvez a única prejudicada nessa historia seja ela. Imagino quanto foi difícil pra ela esse tempo todo ouvir você chamar outra mulher de mãe. Ela não teve culpa nessa historia, perdoa sua mãe Adriana, ela sempre esteve ao seu lado em todos os momentos, em todos aqueles que citei logo acima. Ela sempre foi a mãe que eu não fui, ela sempre foi a mãe que você merece. Aproveita esse dia especial pra dar um abraço SINCERO na sua mãe e dizer a ela tudo aquilo que ela deseja ouvir desde o dia em que você pronunciou a primeira palavra.

Se cuida e eu te amo muito.

"Silvana"

Terminei de ler a carta com o coração acelerado e o rosto exarcado de lágrimas, coloquei a caixa em cima do sofá e tranquei a porta, não queria que Luan entrasse na sala e me encontrasse com o vestido em mãos, caminhei de volta até o sofá e abri a caixa lentamente. Lá estava ele, o tirei da caixa com todo o cuidado do mundo como se estivesse pegando num cristal. Nunca na minha vida tinha visto algo tão lindo, fiquei imaginando ela com toda a calma do mundo colocando cada tecido em seu lugar, cada renda, cada pedrinha que continha ali. O dobrei novamente e o coloquei de volta na caixa.

Abri a porta e levei as caixas de presente até o carro, as crianças já estavam lanchando no refeitório, chamei Luan pra ir embora, sua mãe, seu pai e Tânia ficariam lá mais um tempo então Bruna e Paty nos acompanharam. Chegamos em casa, subi direto pro me quarto com as caixas e Luan foi dar um banho em Lucas, guardei alguns presentes que já estavam abertos e a caixa com o vestido coloquei no closet da Silvana numa porta onde tinha chave. Voltei pro quarto e Luan já estava lá.

-O que o Diego queria com você? Ele perguntou assim que me sentei.

-Me entregar dois presentes, um dele e um da Silvana.

-Da Silvana? Ele perguntou assustado.

-Dela mesma. Lê isso aqui que você vai entender.

Entreguei a carta pra ele que leu com toda a atenção do mundo, percebi que ele estava emocionado quando terminou de ler.

-E cadê o vestido?

-Guardei.

-Deixa eu ver?

-Claro que não. O noivo não pode ver o vestido antes do casamento.

-Vou ter que esperar até o dia d casamento pra ver esse vestido.

-Vai amor. 

-E o que você vai fazer em relação a Tânia?

-Vou conversar com ela hoje. Ela vai passar aqui pra pega a Paty.

-Eu disse que ela estava olhando por você não disse?

-Disse amor. Eu vou tomar m banho porque eu tô quebrada.

Entrei no banheiro e tomei meu banho, enquanto a agua quentinha caia em meu corpo deixei mais algumas lagrimas rolarem, terminei meu banho e me vesti.

Assim que terminei ouvi vozes vindo da sala, desci e os pais de Luan e Tânia haviam chegado, me sentei um pouco na sala e depois chamei Tânia pra subir comigo até meu quarto.
Meu coração batia forte demais, parecia que ia sair pela boca e eu não sabia ao certo o que dizer a ela. Entramos e pedi pra que ela se sentasse na cama, me sentei ao seu lado.
-Pode falar filha. Ela disse e eu peguei em sua mão.
-Pra falar a verdade eu não sei nem como dizer. Olhei em seus olhos e ela parecia não entender. -Eu passei a minha vida inteira cobrando atenção da pessoa errada, esperando um abraço como recompensa por um feito e só recebia coisas materiais e você sempre me estendeu os braços sem cobrar nada em troca, talvez esperando uma palavra de carinho vinda de mim e eu nunca lhe dei. Na verdade eu sempre fui grata por você estar do meu lado nos momentos em que precisei de colo de mãe. Abaixei a cabeça depois da ultima palavra.
-Eu nunca te cobrei nada minha filha, só queria te ver feliz.
-Acha que eu fui feliz? Voltei olhar pra ela.
-Não foi?
-Eu pensei que era, sempre tive tudo o que uma garota sonhou, mais não o que eu sonhei pra mim. Uma família de verdade sabe? Já chorava.
-Agora você tem uma família. Seu filho, seu noivo.
-Muito em breve meu marido. Soltei um leve sorriso.
-Vai ter a família que sempre sonhou.
-Bom! Não foi exatamente pra isso que te chamei aqui.
-Pra que então?
-Esses anos todos precise do colo de mãe nos momentos difíceis e hoje foi um dia muito especial pra mim, com a inauguração do orfanato percebi umas coisas. Muitas crianças precisam de uma mãe e não podem ter e eu tenho a minha e não dou valor.
-Adriana...
-Deixa eu terminar. Ela fez que sim com a cabeça. Eu fui muito dura com você depois que descobri a verdade, você sempre fez tudo pra tá do meu lado e eu não soube reconhecer isso.
-Eu faria tudo de novo.
-Você pode fazer agora, tudo aquilo que fez por mim, todas as palavras que me disse, todos os abraços que me deu, eu aceito tudo de novo, mais agora com reconhecimento e como minha mãe de verdade. A olhei e ela também já chorava.
-Como eu sonhei com o dia em que você me chamaria de mãe.
-O dia chegou. me levantei e estendi minha mão pra que ela se levantasse também.
-Me dá um abraço. Ela pediu e assim eu fiz, ficamos um tempo que não calculei quanto ali em silêncio, só curtindo aquele momento e fui desfazendo o abraço aos poucos, peguei novamente em suas mãos e olhei em seus olhos, soltei uma das mãos e sequei suas lágrimas olhando em seus olhos.
-Eu te amo mãe. Disse em meio as lágrimas.


Gente desculpa esse tempo todo sem postar, sábado fui num casamento e ontem acordei mal, a gripe me pegou de jeito, só consegui postar agora mais ainda estou com muita dor de cabeça e espirrando feito uma condenada. Gostaram da carta? Demorou mais a Drica aceitou a mãe né? Por hoje é isso.

9 comentários mereço né?