16 Capitulo 41

Co-como assim não é minha mãe? Eu sou adotada é isso? Peguntei nervosa.
-Praticamente isso.
-Como praticamente?
-Senta que eu te explico.
Me sentei no mesmo sofá que minha "mãe" e Tânia estava sentada no outro sofá.
-Antes de eu me casar com seu pai eu tive outro relacionamento, me casei e tive um filho.
-Filho? Cadê esse filho?
-Deixa eu terminar. Fiquei em silêncio e ela continuou.- Eu e meu antigo marido nos separamos e eu não pude ficar com meu filho, na verdade não me deixaram ficar com ele por conta de uns problemas que eu tinha na época. Então eu conheci seu pai, nos casamos, eu engravidei mais não consegui segurar a criança, descobri que não poderia ter mais filhos devido aos problemas que eu tive, as coisas erradas que eu fazia naquela época. Ela já estava chorando. Seu pai teve um caso com uma secretária do escritório onde ele trabalhava. Ela olhou pra Tânia. E essa moça engravidou, eu e seu pai brigamos muito, discutimos, mais eu decidi ficar com você te registrar como minha filha, já que a moça não tinha a minima condição de cuidar de uma criança e ela topou com a condição.
-Que condição? Perguntei.
-Que ela pudesse cuidar de você, ver você crescer.
-Ah e cadê essa mulher? Como uma mulher em sã consciência aceitar cuidar do filho que o marido teve com outra?
-Você foi a minha salvação Drica, antes de você eu passei por muitas dificuldades, me viciei em drogas, em remédios pela falta do meu filho e você veio pra me salvar, pra me tirar daquele abismo.-São palavras muito bonitas mais isso não supri a falta que senti de amos, carinho, porque  quis ficar comigo se nem me amar a senhora soube?
-Eu te amo sim Drica.
-Ama? E cadê essa mulher que impôs a condição de me ver crescer e nunca apareceu?
-Ela sempre esteve com você Drica.Tânia disse. Ela viu seu primeiro passinho, ela ouviu você dizer mamãe pela primeira vez pra outra mulher, seu primeiro dia na escola, seu primeiro amo, sua primeira decepção. Em todos esses momentos ela esteve presente. Tânia dizia e chorava muito.
-E como que eu não nunca vi essa mulher? Elas ficaram em silêncio, mais choravam demais. -Pera ai! Você?  Olhei pra Tânia. -Você esteve presente em todos esses momentos. Eu não acredito!
-Eu sou muito feliz por ter visto você crescer, ter acompanhado todas as suas conquistas. Você não tem noção de como eu ficava feliz toda vez que você tirava uma nota alta no colégio e vinha correndo me abraçar cheia de alegria, como eu adoro ouvir você dizer que me ama.
-Porque você me abandonou?
-Eu não te abandonei meu amor. Eu sempre estive com você, sempre cuidei de você.
-Mais se você não tinha condições de me criar, como criou a Patricia?
-Ela sempre viveu com os avós paternos dela.
-Mais você nunca escondeu que é mãe dela. Porque escondeu de mim?
-Sua mã..a Silvana estava muito abalada e ela e seu pai tomaram essa decisão e eu pedi que eles me deixassem te ver crescer e me chamaram pra trabalhar aqui. Eu não escondi que sou mãe da Patricia, mais foi de você que eu cuidei meu amor. Eu nunca escondi que te amo minha filha.
-Não...me chama...de filha. Disse e sai de casa transtornada. Amanda me viu saindo correndo me gritou mais não dei ouvidos. Andei sem rumo na praia e me sentei na areia.

E ali fiquei olhando aquele lindo mar e pensando na minha vida que acabei de descobrir que não passa de uma mentira. Vivemos e aprendemos com nossos erros.
Choramos, mais depois sorrimos.
Crescemos com palavras, atos, sentimentos e ilusões.
Morremos aos poucos por orgulho, críticas e por não nos perdoar.
Humanos somos quando temos caráter, respeito, dignidade e humildade.
Não quando somos covardes, baixos, idiotas e passamos por cima das pessoas ao nosso redor para conseguirmos o que realmente desejamos.
Muitas vezes nos arrependemos dos nossos erros tarde demais, de uma forma que não dá para voltar atrás                    

Depois de horas ali chorando sinto alguém tocar meu ombro.

-Como me achou aqui? perguntei.

-Imaginei que estivesse aqui. O que aconteceu?

-Minha vida é uma mentira Luan, sempre foi.

-Quer falar sobre isso?

-Podemos ir pro seu apartamento? O Max não tá lá?

-Não ele foi trabalhar e depois vai passar no apartamento dele pra ver a obra. Vamos. Ele se levantou e me estendeu a mão, fomos pro AP dele em silêncio e logo chegamos.

-Eu vou buscar uma agua pra você.

Luan foi até a cozinha e voltou me entregando a agua.

-O que aconteceu? Conversou com sua mãe? Ele perguntou se sentando ao meu lado.
-Que mãe Luan?
-Como que mãe? A sua.
-Eu tenho duas de qual você quer saber primeiro? Da que me pôs no mundo ou a que me registrou?  Perguntei nervosa e me levantando.
-Calma Drica eu não tô entendendo nada.
-Ah não? Eu te explico então! Aquela mulher que eu achava que era minha mãe não é, na verdade ela só me registrou. E aquela que eu sempre tratei como mãe, que eu te apresentei como minha 2° mãe é a minha mãe de verdade. Entendeu agora?
-Quer dizer então que a Tânia é sua mãe?
-Isso mesmo. Dá pra acreditar nisso?
-Mais pelo menos ela sempre te amou Adriana.
-Amou Luan: E porque escondeu essa verdade de mim? Porque deixou que outra mulher me registrasse? porque permitiu que eu chamasse outra mulher de mãe?
-Elas não te explicaram nada?
-Elas me contaram uma história. Contei tudo pro Luan.
-Viu só? Ela sempre esteve com você, então teóricamente ela não te abandonou.
-Eu não sei mais de nada Luan, minha vida sempre foi uma mentira.
-Dá uma chance pra Tânia. Deixa ela se explicar.
-Dar chance Luan? Não sei se consigo.
-Você consegue sim Drica!  Pensa como foi difícil pra ela, todos esses anos ouvir você chamando outra de mãe?
-Se ela queria tanto um filho, se ela me quis como filha, porque não me amou como tal?
-Ela não disse que passou por problemas, talvez você tenha de alguma maneira ajudado ela se recuperar.
-Ela me disse que fui a salvação dela, que eu a tirei do abismo.
-Viu só. Tudo tem um propósito.
-Eu não consigo enxergar as coisas do mesmo angulo que você Luan. É muito difícil.
-Descansa um pouco, vai tomar um banho, relaxa, eu vou dar uma saidinha e trago um lanche pra gente.
-Tudo bem.
Luan me deu um beijo na testa e saiu. Fui para o quarto de Luan e me sentei na varanda olhando aquela paisagem linda da praia de Copacabana.. Será que eu devia mesmo dar uma chance a Tânia? Ela me decepcionou muito, não sei se consigo perdoar nenhuma das duas, tem meu pai também né? Será que ele já sabe que eu sei de toda a história? E esse filho da minha mã...Como eu vou chamar ela agora? Mais e esse filho dela, cadê ele? Quem é ele? Será que não deixaram ela ficar com ele por conta do seus vícios? provavelmente sim. Fiquei ali sentada por mais ou menos 2 horas e Luan chegou.
-Drica?
-Oi Lu tô aqui.
-Trouxe um lanche pra gente, bora comer?
-Não sei se quero.
-Por favor! Não pode ficar sem comer, vamos. Ele esticou a mão pra que levantasse. Fomos para a sala e nos sentamos no tapete, Luan ligou a TV num programa de humor e ficamos assistindo, aos poucos eu ia dando uns sorrisinhos e até que o lanche tava bom, não havia comido nada ainda, estava precisando. Luan não parava de me olhar.
-O que foi Lu?
--É assim que eu quero te ver de agora em diante.
-Como?
-Sorrindo e lambuzada de mostarda. Ele riu.
-Seu bobo! porque não disse antes que tava sujo? Onde é? Perguntei passando a mão na boca.
-Deixa que eu limpo. Ele ergueu sua mão e limpou com o dedo o cantinho de minha boca.-prontinho. Ele disse e selou meus lábios.
terminamos nosso lanche e ficamos namorando no sofá e assistindo aquele programa, Amanda me ligou e eu contei toda a história pra ela e voltei ficar triste de novo.
-Ah não! Essa carinha de novo não.
-Vai ser difícil ter que ficar lembrando isso sempre.
-Vai passar rapidinho, e pode ir colocando um sorrisinho nesse rosto senão eu vou te fazer cocegas.
-Ah não Luan, é covardia isso.
-Então ri.
-Não quero.
-Eu avisei. Luan subiu em cima de mim e ficou me fazendo cocegas na barriga, eu não aguentava mais de tanto rir e já tava ficando sem ar.
-Para Luan! Eu tô sem ar para! (Risos)
-Parei só porque você já tá sorrindo.
Ficamos nos olhando fixamente, seus olhos castanho chocolate me enfeitiçavam de uma tal maneira que não sei como explicar. Sua boca milimétricamente desenhada pelos anjos me chamavam para si, mais antes de selar nossos lábios disse aquilo que relutei tanto pra dizer.
-Eu te amo Luan!


Eita lasqueira que revelação hein?? Será que a Drica vai perdoar "as mães" dela? E esse "Eu  te amo" será que foi sincero? Posto mais depois de no minimo 5 comentários.