20 Capitulo 40

Minha mãe e Tânia estavam conversando um pouco exaltadas. Só ouvi Tânia dizer "Ela precisa saber!" e elas se calaram quando me viram na porta.
-O que está acontecendo aqui? Perguntei.
-Nada Drica! Disse minha mãe.
-Tá acontecendo sim, e ela precisa saber. Tânia disse.
-O que eu preciso saber Tânia? Me conta.
-Adriana esquece isso. minha mãe de alterou.
-Se você não contar, conto eu. Tânia disse séria e eu estranhei ela se dirigir a minha mãe sem o "Senhora" ela nunca fez isso.
-Você não teria coragem, Tânia tem muita coisa em jogo e ...
-Dá pra vocês me contarem o que tá acontecendo aqui! Disse alterada. Elas me olharam e minha mãe acabou desmaiando.
-Meu Deus Tânia, ma ajuda aqui. Colocamos ela no sofá, tentamos reanimá-la mais nada adiantava. Tânia pegou a bolsa dela e fomos para o hospital. Chegamos e a levaram para uma sala. Eu e Tânia ficamos na recepção.
-Vai me contar o motivo disso tudo Tânia? Perguntei.
-Depois Adriana, aqui não é lugar e nem essa é hora pra isso.
Esperamos por mais de 1 hora e meia e o médico apareceu.
-Doutor como está minha mãe?
-Bom ela deu entrada com uma forte arritmia. Sabe se ela toma algum tipo de remédio?
-A um tempo eu vi ela tomando uns remédios, mais não sei do que se trata.
-São antidepressivos! Tânia disse.
-Co-como assim? perguntei assutada.
-Sabe me dizer o nome. O médico perguntou e Tânia disse. Bom! Eles são muito fortes, talvez ela tenha os tomado em alta quantidade e ocasionou a arritmia.E também por causa do HIV. Me espantei com o fato dela ter esse virus mas não toquei no assunto.
-Tá doutor, mais como ela está? Perguntei.
-No memento ela está na UTI., mais creio que saia logo. Ele disse e saiu.
-Vai me explicar essa história de antidepressivos ou também não é hora pra isso? Perguntei a Tânia.
-Isso só ela pode te explicar.
-Tânia por favor me diz o que tá acontecendo, você sabe, me conta por favor. Já estava chorando desesperada.
-Eu quero muito te contar Adriana, mais ela tem que está presente.
-Mais e se ela não...
-Ela vai ficar bem, a gente senta e conversa.
Me sentei no sofá, liguei pra Amanda e pedi pra que ela viesse ao hospital, logo ela chegou.
-O que aconteceu Drica? Ela perguntou.
-Vamos na lanchonete que eu te conto. Tânia, qualquer noticia me liga que eu volto.
-Pode deixar.
Eu e Amanda fomos pra lanchonete, pedimos um suco e nos sentamos.
-Me conta.
-Eu vou ligar pro Luan, a eu falo tudo de uma vez.
Liguei pro Luan e em questão de minutos ele estava na nossa frente.
-Agora fala Adriana pelo amor de Deus. Amanda disse.
-Quando eu cheguei do seu apartamento. Olhei pro Luan. Elas estavam discutindo na sala.
-Discutindo? Como assim? Amanda perguntou.
-Não sei por qual motivo, a única coisa que eu ouvi foi que eu preciso saber alguma coisa. Eles me olhavam atentos. Mais o que eu preciso saber gente?
-Porque sua mãe tá aqui? Luan perguntou.
-Ela tava tomando uns antidepressivos e causou uma arritmia, agora ela tá lá naquela UTI.
-Calma Drica ela vai ficar bem. Eles me abraçaram.
-Será que vai?
-Vamos ter fé né. Luan disse e me deu um beijo na testa.
Passaram-se horas, dias, mês e nada da minha mãe acordar, no dia das mães Luan viajou pra ver sua mãe e eu não pude ir claro, mais ele me ligava todos os dias e Amanda não saia de perto de mim. Ir pra faculdade era um tédio ainda mais porque Luan não dava mais aula pra nossa turma, a gente se via todos os dias claro, ele ia ao hospital antes e depois que chegava da faculdade, íamos juntos pra universidade e nos finais de semana quando não estávamos no hospital, ficávamos no apartamento dele.
-Tânia estava muito distante, a peguei chorando muitas vezes pelos cantos da casa, quando disse ao meu pai que peguei elas discutindo e o que Tânia disse ele também parece que mudou, não vou dizer que ele estava distante porque isso ele sempre foi, mais ele ficou estranho, como se fugisse de alguma coisa. Um sábado
 no apartamento de Luan estávamos almoçando em silencio até ele quebrá-lo.
-Você não faz ideia do que sua mãe esconde? Ele perguntou.
-A minima. A Tânia tava estranha, não tratava minha mãe com formalidade como sempre foi. Ela falava como se fossem intimas, tudo bem que ela sempre trabalhou em casa mais a Tânia sempre tratou minha mãe como "senhora" e naquele dia ele não dizia isso.
-A única coisa que a gente pode fazer é rezar pra ela sair bem dessa e poder te explicar tudo isso.
-É o que eu mais quero Luan.
-Tem medo do que possa descobrir?
-Seja lá o que for eu quero saber. E como foi lá na sua mãe?
-Tranquilo.
-Só isso? Não saiu nenhum dia?
-Pra onde eu iria sem você? Acha que eu ia me divertir enquanto você tava aqui passando por isso?
-Eu sei que não.
-Fiquei em casa todos os dias.
-E suas primas foram lá?
(Risos)-Minhas primas? Foram.
-Ah!
-Você quer saber se a Júlia foi?
-Eu? Na-não!
(Silêncio)
-Mais ela foi? Perguntei.
(Risos)-Foi sim. Mais não se preocupe que eu quase nem falei com ela, ficava o tempo todo com minha mãe.
-Ah! Mais era pra você ter falado com ela.
-Sobre ela se afastar de mim eu prefiro falar com você por perto, assim ela entende de vez o recado.
Mais uns dias se passaram e fui pra ONG, era o único ligar que me sentia bem quando estava longe de Luan, como ele diz, esse lugar traz paz, e é o que eu preciso, Caio se mostrou muito amigo, sempre me dando apoio e me dizendo palavras confortantes. Um dia estava no hospital e ele me ligou, Luan estava do meu lado, preciso dizer que ele não gostou nenhum pouco? Mais quando ele ia começar reclamar o médico apareceu.
-Alguma novidade doutor? Perguntei.
-Ela acordou.
-Que maravilha. Dissemos.
-Estamos fazendo uns exames pra ver se ela não vai ficar com nenhuma sequela.
-Sequela? Me assustei.
-É! Por ela ter ficado todo esse tempo em coma ela pode ter perdido alguns movimentos, a fala, perca de memória. Pode ser reversível, mais também pode ser permanente.
-Mais tem alguma chance dela sair sem nenhuma sequela? Tânia perguntou.
-Tem sim, mais temos que fazer todos os exames pra ter certeza.
-Ela já está no quarto? Perguntei.
-Ainda não, mais creio que até o fim do dia ela já esteja. Peço que não façam ela se esforçar muito, foram muitos dias, é tudo muito confuso pra ela ainda.
-Tudo bem doutor.
-Quando ela for pro quarto eu venho avisar vocês. Ele disse e saiu.
-Graças a Deus. Tânia disse.
-Agora é rezar pra que ela não fique com nenhuma sequela.
O dia foi se passando, jantamos na lanchonete do hospital, Luan veio direto da universidade pra ter alguma noticia, fomos pra sala de espera onde ficamos durante todos esses dias, e finalmente o médico apareceu.
-E ai doutor? Perguntei.
-Ela já foi pro quarto.
-Mais ela tá bem? Ficou com alguma sequela?
-A principio não, só um pouco de dificuldade na fala, mais isso é norma e depois melhora, anda com um pouco de dificuldade mais também é normal.
-Graças a Deus.
-Ela quer falar com vocês. Ele disse olhando pra mim e pra Tânia.
-Agora? Perguntei.
-Pode ser, mais rápido e sem fortes emoções.
-Tudo bem. Dei um selinho em Luan e um abraço em Amanda e fomos pro quarto, entramos e ela estava lá deitada, olhando pro teto
-Que bom que acordou mãe. Disse chegando perto dela.
-Que...bom que..ainda...está aqui. Ela dizia com dificuldades.
-Eu sempre estive.
-Você contou...alguma coisa? Perguntou pra Tânia.
-Não Silvana. A gente precisa contar juntas.
(Como assim SILVANA? A Tânia nunca chamou minha mãe somente pelo nome)
-Depois mãe. Agora a senhora precisa descansar.
-Promete...que me perdoa.
-Mãe?
-Promete...filha.
-Prometo mãe. Agora descansa.
-Mãe!...É tão bom...ainda ouvir essa palavra...da sua boca.
-Descansa mãe, depois a gente conversa.
Eu e Tânia saímos do quarto e voltamos pra sala.
-Drica!
-Oi Tânia.
-Eu preciso que você me prometa que também me perdoa.
-Pra que tanto pedido de perdão?
-Você logo vai saber. Mais promete que me perdoa, eu fiz de tudo pra poder te ver crescer, pra acompanhar cada passo, cada conquista sua.
-Depois Tânia.
Passaram-se mais uma semana até minha mãe sair do hospital, voltamos pra casa e na segunda tarde que já estava em casa ela chamou a mim e a Tânia na sala pra conversarmos.
-Chegou a hora da verdade né? Ela disse.
-A muito que eu espero por isso.
-Eu vou direto ao assunto, sem rodeios. Adriana, eu não sou sua verdadeira mãe.


Ai como eu sou bandida kkkkkkkkkkkkkkkkkkk Surpresas e revelações no próximo capitulo. Posto mais depois de no minimo 9 comentários.